Confesso desde o início desta reflexão que não sei se darei conta de colocar em palavras o que percebi ao ler novamente a história da conversão do apóstolo Paulo, conforme registrada pelo "amado" Lucas em Atos 9.
Com licença para a confissão bastante pessoal, foi profundamente abençoador para o meu coração, nesses dias de indecisões e, até, angústia, ver a boa mão de Deus na vida de um de seus servos mais dedicados em toda a história da igreja, e lembrar-me que, como alguém já disse, Deus não tem filhos prediletos, então se ele conduziu a vida do seu servo naqueles dias, ainda que a comparação seja desproporcional, certamente ele conduzirá a minha e a sua vida também.
Conforme Lucas e aquilo que o próprio Paulo deixou registrado em suas cartas sobre sua vida e ministério, Deus estava trabalhando a vida do apóstolo muito antes dele, pelo menos, imaginar que de perseguidor ele passaria a ser perseguido por causa do Jesus Crufificado e do seu povo. Deus trabalhou na vida do apóstolo para que, já a partir da sua juventude, ele fosse um exímio conhecedor da Lei, em suas próprias palavras, um "fariseu de fariseus" e mais tarde pudesse ter a devida compreensão espiritual da lei e do evangelho que lhe completa; sem nos esquecermos de que além de conhecedor da lei, Paulo também era conhedor da cultura e das filosofias da epoca; tal preparo o tornou alguém capacitado para falar tanto a judeus como também a gentios.
Mas é de uma forma especial nos dias de sua conversão que podemos ver o trabalho especial do Oleiro preparando um vaso para dar muita honra ao seu nome enquanto vivesse. Ressaltando que o Senhor o burilou relacional e emocionalmente, fazendo com que ele se tornasse não só alguém que se relacionava com os outros de uma forma saudável, mas que também era usado para promover e restaurar relacionamentos.
O presunçoso fariseu, a seu próprio pedido, se dirigia a Damasco para continuar sua incansável perseguição aos seguidores do nazareno, prendendo-os, tentando impedi-los de continuar a propagar o evangelho. No caminho, Jesus não só o derrubou fisicamente no chão, deixando claro para ele quem Ele era e quem eram os seus, aparentemente, desprotegidos seguidores, mas também o humilhou deixando-o cego e dependente da ajuda dos outros para chegar à cidade e, ainda, ordenou que ele entrasse na cidade "onde te dirão o que te convém fazer"; em outras palavras, mostrou para Ele quem é que realmente mandava no negócio e a quem ele deveria obedecer a partir de então.
Além disso, Deus chama um anônimo discípulo sobre quem não ouvimos mais falar em todo o restante do Novo Testamento, para que fosse o instrumento de iniciação do "principal dos pecadores" na fé que antes ele perseguia com ardor.
Finalmente, Paulo não só foi aceito com desconfiança pelos crentes de Damasco, mas quando chegou a Jerusalém depois de algum tempo, os próprios apóstolos desconfiavam da autenticidade de sua conversão. Mais uma vez Deus trabalha na vida do apóstolo, usando Barnabé para que o ajudasse a ser aceito na comunidade dos santos.
Talvez por tudo isso é que, como alguém sugeriu, o soberbo fariseu Saulo tenha preferido ser chamado a partir de então de Paulo ou pequeno, em suas palavras, "o menor dos apóstolos" e servo de todos. Além de, em suas cartas e comportamento, mostrar-se modesto, humilde, pacífico e perdoador.
De igual forma, não tenhamos dúvidas, Deus está trabalhando na minha vida e na sua, preparando-nos para que sejamos vasos de honra para o Seu nome. E não se esqueça, como na vida de Paulo, este trabalho começou muito antes que ele pudéssemos imaginar, na verdade começou desde antes de nascermos, na eternidade quando o Senhor em sua graça nos separou para sermos dEle
Concluindo, na maioria das vezes este trabalho de Deus em nossas vidas aos nossos olhos é como um tapete bordado visto do lado contrário, confuso e, até, feio, mas aos olhos do tapeceiro está tudo muito bem organizado, bonito e caminhando para a perfeição. Soli Deo Glória
Rev. Djaik Souza Neves
11 de julho de 2008
1 de julho de 2008
A REFORMA DA IGREJA
Pode-se dizer que concluímos a tão esperada reforma de nossa igreja. Conquanto ainda falte a parte de fora, estar aqui dentro já nos traz uma sensação de obra concluída. E se Deus nos der a sua graça, não demoraremos a poder dizer que finalmente nossa igreja está pronta e, certamente, todos concordarão que ficou bem melhor.
Aproveitando o ensejo, é bom e edificante lembrarmos que os nossos pais reformadores nos legaram uma das convicções mais profundas sobre a nossa vida como igreja, ao dizerem que precisamos ser UMA IGREJA REFORMADA SEMPRE SE REFORMANDO. Com isto eles nos mostraram que, conquanto naqueles dias tivessem resgatado verdades sobre a fé, as Escrituras Sagradas, a vida Cristã e sobre a própria igreja, dentre outras, que haviam sido esquecidas e, até desprezadas; e ainda que lutaram por tais verdades a ponto de se disporem a dar a própria vida por elas; e, por causa disso, realmente promoveram uma reforma significativa e histórica na igreja; eles também estavam conscientes de realidade inevitável do pecado mesmo no meio da igreja, o que faz com ela seja e precise ser uma instituição em constante transformação e crescimento.
A igreja, em face da presença do pecado em nossa existência, precisa estar sempre se examinando para que o pecado que, conforme o autor de hebreus, “tenazmente nos assedia”, não prevaleça em seu meio e assim, através de uma constante auto-avaliação, identificar áreas que precisam ser trabalhadas, acertadas e melhoradas a fim se sermos cada vez mais uma comunidade que agrada e vive para a glória de Deus
Seria bom que a reforma material ou física de nossa igreja se tornasse uma desafio para a reforma de nossa própria existência como o corpo de Cristo. Quanto a isso, a reforma de nosso templo nos dá boas analogias do que também acontece em nossa existência como indivíduos e comunidade.
A princípio a reforma parece mais uma destruição do que edificação, tudo fica aparentemente confuso e bagunçado. E Deus faz assim mesmo para que nos vejamos como, de fato, somos por dentro. Logo depois, acontece a edificação propriamente dita, mas ela exige cuidados e paciência pois acontece a partir de coisas pequenas (como pedras, tijolos, etc...) a fim de se chegar a coisas grandes como paredes, janelas, afins. E normalmente, como aconteceu em nossa reforma, podemos achar que está demorando demais e que parece até que já venceu o prazo ou que não vai dar para acabar ou, mesmo, que os recursos poderão não ser suficientes.
O mais importante sobre a reforma da igreja propriamente dita como Comunidade dos Santos é que o Mestre de Obras e, especialmente, dono e financiador do empreendimento é o próprio Jesus, que prometeu cuidar pessoalmente da edificação de SUA igreja. E que sendo quem é, o Deus-Filho, possui todos os recursos para, diferente do Pastor da igreja e Cia, cumprir a promessa de que Ele edificaria a sua a igreja e as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. De fato, como nos diz Paulo, foi Ele mesmo quem começou a boa obra em nós e vai completá-la até o Dia marcado. Pode confiar.
Soli Deo Glória
Aproveitando o ensejo, é bom e edificante lembrarmos que os nossos pais reformadores nos legaram uma das convicções mais profundas sobre a nossa vida como igreja, ao dizerem que precisamos ser UMA IGREJA REFORMADA SEMPRE SE REFORMANDO. Com isto eles nos mostraram que, conquanto naqueles dias tivessem resgatado verdades sobre a fé, as Escrituras Sagradas, a vida Cristã e sobre a própria igreja, dentre outras, que haviam sido esquecidas e, até desprezadas; e ainda que lutaram por tais verdades a ponto de se disporem a dar a própria vida por elas; e, por causa disso, realmente promoveram uma reforma significativa e histórica na igreja; eles também estavam conscientes de realidade inevitável do pecado mesmo no meio da igreja, o que faz com ela seja e precise ser uma instituição em constante transformação e crescimento.
A igreja, em face da presença do pecado em nossa existência, precisa estar sempre se examinando para que o pecado que, conforme o autor de hebreus, “tenazmente nos assedia”, não prevaleça em seu meio e assim, através de uma constante auto-avaliação, identificar áreas que precisam ser trabalhadas, acertadas e melhoradas a fim se sermos cada vez mais uma comunidade que agrada e vive para a glória de Deus
Seria bom que a reforma material ou física de nossa igreja se tornasse uma desafio para a reforma de nossa própria existência como o corpo de Cristo. Quanto a isso, a reforma de nosso templo nos dá boas analogias do que também acontece em nossa existência como indivíduos e comunidade.
A princípio a reforma parece mais uma destruição do que edificação, tudo fica aparentemente confuso e bagunçado. E Deus faz assim mesmo para que nos vejamos como, de fato, somos por dentro. Logo depois, acontece a edificação propriamente dita, mas ela exige cuidados e paciência pois acontece a partir de coisas pequenas (como pedras, tijolos, etc...) a fim de se chegar a coisas grandes como paredes, janelas, afins. E normalmente, como aconteceu em nossa reforma, podemos achar que está demorando demais e que parece até que já venceu o prazo ou que não vai dar para acabar ou, mesmo, que os recursos poderão não ser suficientes.
O mais importante sobre a reforma da igreja propriamente dita como Comunidade dos Santos é que o Mestre de Obras e, especialmente, dono e financiador do empreendimento é o próprio Jesus, que prometeu cuidar pessoalmente da edificação de SUA igreja. E que sendo quem é, o Deus-Filho, possui todos os recursos para, diferente do Pastor da igreja e Cia, cumprir a promessa de que Ele edificaria a sua a igreja e as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. De fato, como nos diz Paulo, foi Ele mesmo quem começou a boa obra em nós e vai completá-la até o Dia marcado. Pode confiar.
Soli Deo Glória
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Ecclesia reformata et semper reformanda est
Seguindo o princípio de nossos pais reformadores que, reconhecendo a realidade provisória da igreja em relação ao pecado, entenderam que a igreja precisava de uma reforma "radical" não só naqueles dias mas enquanto existir deste lado da eternidade, é que elaboramos este blog que tem o propósito de ensinar a sã doutrina das Escrituras Sagradas (também chamada de Teologia), pois é à luz da Inerrante e Suficiente Palavra de Deus que a igreja deve ser reformada e estar sempre se reformando, para se conformar à vontade do Dono da Igreja e alcançar a perfeita varonilidade em Cristo Jesus. Soli Deo Gloria