Vivemos o tempo do determinismo. Não é aceitável que qualquer crente tenha momentos de tribulações, angustias e tristeza. “Na vida do crente não tem lugar para desgraça (problemas financeiros, doenças, percas, etc...)”. Tudo hoje refere-se a prosperidade do cristão. Segundo essa teologia o crente não pode passar por problemas em sua vida, ou pelo menos, não deve aceitá-los determinando a Deus que o liberte de tudo, afinal de contas “Deus prometeu que teríamos o melhor”, “Deus quer o melhor para seus filhos”. Contudo, essa parece não ser a nossa realidade. Todos os cristãos, sejam eles novos na fé ou não, são atribulados por angustias, problemas, indecisões, ansiedades, dores e até mesmo desgraças mais profundas, como, por exemplo, a morte de ente querido, o que é bastante dolorido e desastroso.
O fato de termos sido alcançados pela graça não nos livra das dificuldades. Esse é o grande erro que temos percebido nos nossos dias. A motivação em se achegar a Deus, não é a sua Grandeza, Soberania e Glória, mas sim, seus milagres, benção e promessas. Com isso, muitos tem se esquecido do ensinamento do senhor Jesus aos seus discípulos: “Estas coisas vos tenho dito para tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Jesus nunca prometeu calmaria total, mas prometeu força diante da tempestade. Há uma grande diferença.
Talvez por causa dessa “maldita teologia” vemos tantos irmãos em crises terríveis e profundas quando sobrevêm a eles os problemas e as desgraças. Quando caminhamos pelas escrituras percebemos que as dores seriam inevitáveis. Contudo o Senhor também proporcionou o suporte necessário para nós. Por exemplo, quando perdemos um parente, cristão, Paulo nos ensina em 1 Ts 4.13-18 que devemos ser confortados no fato de sabermos que esse apenas dome, pois os que estão em Cristo hão de ressuscitar para vida. E Pedro também diz que pode ser necessário as tribulações, mesmo que por breve tempo, mas que essas servem para o crescimento da nossa fé (1 Pe1.3-9). O fato de termos sido salvos pela graça não nos isenta da desgraça. Mas, com certeza é na graça que buscamos a alegria indizível. Essa é o pensamento de Pedro. Ele afirma: “Nisso (na graça) exultais com alegria indizível”. Pedro ainda conclui no capítulo 5.7 que por causa do cuidado que Deus tem sobre seu povo podemos e devemos “lançar sobre Ele toda vossa ansiedade”. O que dizer também do apostolo Paulo, mais conhecido como o apóstolo da Graça, homem que chega a dizer que sua vida é viver em Cristo. Em Filipenses 4.13-20 ele disse que aprendeu a viver com “prosperidade” ou abundancia, mas que também aprendeu a viver e conviver com pobreza. Paulo estava dizendo que aprendeu a viver com bênçãos e tribulações, com a graça e com a desgraça. Com certeza Paulo viu muito de seus companheiros serem presos e maltratados por causa do evangelho. Contudo, ele afirma: “posso tudo naquele que me fortalece”. Em outras palavras o que Paulo está afirmando é: “mesmo diante dos problemas creio no meu Deus que me sustenta”. Paulo não nega que na vida do cristão haveria a desgraça, mas afirma que teremos consolo na graça, no fato de ter Cristo morrido por nós, mesmo não sendo merecedores disso.
Portanto, chegamos a conclusão de que a graça não evita a desgraça. Entretanto, nos fortalece, nos anima, nos coloca de pé outra vez. E se estivermos passando por momentos angustiantes, é assim que devemos recorrer, com a consciência de que Deus está conosco, e que iremos aprender o que ele quer nos ensinar, sempre com um coração contrito e agradecido. Paulo tem uma conclusão fantástica a respeito da graça e da desgraça: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.32, 34, 35, 38, 39).
Sola Gratia!
Rev. Adailton Duarte Silva

6 comentários:
"É ai que as fases de depressão entram. Deves ter te perguntado muitas vezes por que o "Inimigo" não usa mais Seu poder para estar presente de forma sensível nas almas humanas em qualquer grau que Ele escolha e a qualquer momento. Mas agora vês que o Irresistível e o Indisputável são as duas armas que a própria natureza de Seu plano o proíbe de utilizar. Sobrepor-se meramente a uma vontade humana (como Sua presença sentida mesmo no grau mais débil e mitigado certamente o fariam) seria para Ele algo inútil. Ele não pode violentar, pode apenas persuadir. Pois sua idéia ignóbil é ter as duas coisas ao mesmo tempo; as criaturas devem ser um com Ele, não obstante devem ser elas mesmas; simplesmente cancelá-las, ou assimilá-las, não adiantaria. Ele está preparado para “atravessar” um pouco no começo. Ele os impulsionará com comunicações de Sua presença que, apesar de fracas, parecem grande coisa para eles, com doçura emocional e a vitória fácil sobre a tentação. Mas nunca permite que esta situação dure muito. Mais cedo ou mais tarde, Ele retira, se não de fato, pelo menos de sua experiência consciente, todos aqueles apoios e incentivos. Deixa a criatura erguer-se com suas próprias pernas – para levar a cabo com apenas a vontade deveres que perderam todo encanto. É durante esses períodos de depressão, muito mais do que nos períodos de apogeu, que o homem avança para o tipo de criatura que Ele deseja. Por isto, as orações oferecidas em estado de aridez são as que mais O agradam. Nós podemos arrastar nossos pacientes mediante tentações contínuas, porque os queremos apenas como comida, e quanto mais interferimos em sua vontade, melhor. Ele não pode “tentar” para a virtude como nós fazemos em relação ao vício. Ele quer que aprendam a andar por conta própria e deve, portanto, retirar Sua mão; e se a única coisa presente é a vontade de andar, Ele fica contente até com os tropeços. Nossa causa não corre mais perigo do que quando um humano, não desejando mais, mas ainda assim pretendendo fazer a vontade de nosso Inimigo, olha para um universo no qual todo traço Dele parece ter desaparecido, e pergunta por que foi abandonado, e ainda assim obedece.”
Cartas do Diabo ae seu aprendiz. C. S. Lewis
Post by: Adam
Que comentário é esse. RSss
Brincadeira, gosto muito desse livro
É q neste trexo do livro, mostra o quanto Deus valoriza as pessoas q passam por essas "desgraças". Quando a situação tá adversa, e ainda continuamos obedecendo e confiando em Deus, ele se compraz nisso.
Totalmente ao contrario do que ensina a teologia q está sendo combatida aqui, DEUS nos coloca sim nessas condições para q possamos estar cada vez mais fimes e perseverantes no Caminho.
"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes." Tg 1.2-4
"E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência
; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, poruqe o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado." Rm 5.3-5
Post by: Adam
Realmente.
Eu gosto muito deste livro. Acho ele fantástico. Achei seu comentário muito oportuno.
Rev. Adailton
mas não vai postar mais artigos ae não??
direto eu passo aki pra ver se tem algum novo
abraços
fika na Paz
Post by: Adam
e tbm podia colocar uma foto ae do Sem. Paulo. vcs ja me falaram tanto dele, e eu nem vi a cara do indivíduo
kkkkk
DEUS abençoe
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